Cálcio é um elemento essencial para a saúde óssea. E cuidados na absorção do mineral, desde a infância, só resultarão em benefícios para os ossos pela vida em diante. E dicas de como obter o cálcio consumindo alimentos foram o tema de uma reportagem do jornal O Globo, que elenca algumas maneiras, como consumir leite e derivados, sardinha e vegetais verde-escuros.
Comentando essas recomendações, a reumatologista e membro da Comissão de Osteoporose da SBR, Vera Lucia Szejnfeld diz que uma importante fonte de absorção de cálcio é mesmo o leite e seus derivados, iogurte ou queijo. Manteiga ou margarina não estão dentro da mesma linha, salienta. E é aí que Vera já confirma a necessidade de começar esse consumo ainda quando criança. Ela ressalta ainda que o nível de cálcio é o mesmo para o leite desnatado, semidesnatado ou integral, mas o primeiro, por ser menos calórico e não contribuir para aumento do colesterol, é o mais recomendado.
Quanto à sardinha, sim, diz Vera, é recomendável consumir, pois trata-se de uma boa fonte de vitamina D, mas peixes como salmão e atum também são bem eficientes nesse sentido. “Se fosse viável comer diariamente, por exemplo, 100 g de salmão, a porção de vitamina D absorvida já seria suficiente”, diz a reumatologista.
Do lado dos alimentos não recomendados, Vera cita, por exemplo, o café, que, em excesso é prejudicial. Tomá-lo em excesso, diz, seria ir além de quatro xícaras por dia: “O café age diretamente no rim e contribui para perda de cálcio por esse órgão”. Com bebidas alcoólicas, citadas na lista dos perigosos na reportagem, é preciso cuidado, explica Vera, por inibirem a absorção de cálcio intestinal. Quanto ao consumo de sal, Vera diz que é preciso não abusar dos alimentos embutidos ou em conserva, mais perigosos do que o sal industrializado usado para cozinhar.
Vitamina D
A reportagem de O Globo cita ainda a exposição ao sol, por 15 minutos diários, como um meio recomendável de absorver vitamina D para contribuir na fixação do cálcio. Nesse caso, Vera explica que em termos gerais, tomar sol é mesmo o melhor caminho, porém, após os 50 anos de idade, a síntese de vitamina D pela pele do indivíduo já não é tão eficaz, o que induziria à necessidade de uma suplementação da vitamina, em gota ou comprimido.
Outra recomendação da reportagem é a prática de exercícios físicos, que segundo o texto auxiliam na absorção de cálcio. Entretanto, Vera explica que não é bem assim: “A função dos exercícios é estimular a formação óssea, porque o efeito é direto nas células responsáveis por essa formação”. Vera acrescenta que esse efeito só ocorre enquanto se pratica o exercício.
Jornalista responsável: Maria Teresa Marques