20/04/2011
Definição
A síndrome da fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas.
A fibromialgia é um problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia.
De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da FM tendam a incluir mais mulheres. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas.
Na reumatologia, são comumente usados critérios diagnósticos para se definir se o paciente tem uma doença reumática ou outra. Isto é importante especialmente quando se faz uma pesquisa, para se garantir que todos os pacientes apresentem o mesmo diagnóstico. Muitas vezes, entretanto, estes critérios são utilizados também na prática médica.
Os critérios de diagnóstico da fibromialgia são:
a) dor por mais de três meses em todo o corpo e
b) presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-estabelecidos).
Deve-se salientar que muitas vezes, mesmo que os pacientes não apresentem todos os pontos, o diagnóstico de FM é feito e o tratamento iniciado.
Estes critérios são alvo de inúmeras críticas – como dissemos anteriormente, quanto mais pontos se exigem, mais mulheres e menos homens recebem o diagnóstico. Além disso, esses critérios não avaliam sintomas importantes na FM, como a alteração do sono e fadiga.
Provavelmente o médico pedirá alguns exames de sangue, não para comprovar a fibromialgia, mas para afastar outros problemas que possam simular esta síndrome. O DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA É CLÍNICO, NÃO HAVENDO EXAMES QUE O COMPROVEM.
Sintomas
O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira localizada que depois se generalizou ou que já começou no corpo todo. O paciente sente mais dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. A dor é sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações.
Existe uma maior sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há inchaço das articulações na FM, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor.
A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. No início da década de 80, descobriu-se que pacientes com fibromialgia apresentam um defeito típico no sono – uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a ser superficial e/ou interrompido.
Com o sono profundo interrompido, a qualidade de sono cai muito e a pessoa acorda cansada, mesmo que tenha dormido por um longo tempo – “acordo mais cansada do que eu deitei” e “parece que um caminhão passou sobre mim” são frases frequentemente usadas. Esta má qualidade do sono aumenta a fadiga, a contração muscular e a dor.
Outros problemas no sono afetam os pacientes com fibromialgia. Alguns referem um desconforto grande nas pernas ao deitar na cama, com necessidade de esticá-las, mexê-las ou sair andando para aliviar este desconforto. Este problema é chamado Síndrome das Pernas Inquietas e possui tratamento específico. Outros apresentam a Síndrome da Apneia do Sono, e param de respirar durante a noite. Isto também causa uma queda na qualidade do sono e sonolência excessiva durante o dia.
A fadiga (cansaço) é outro sintoma comum na FM, e parece ir além ao causado somente pelo sono não reparador. Os pacientes apresentam baixa tolerância ao exercício, o que é um grande problema, já que a atividade física é um dos grandes tratamentos da FM.
A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Isto quer dizer duas coisas: 1) a depressão é comum nestes pacientes e 2) nem todo paciente com fibromialgia tem depressão. Por muito tempo pensou-se que a fibromialgia era uma “depressão mascarada”. Hoje, sabemos que a dor da fibromialgia é real, e não se deve pensar que o paciente está “somatizando”, isto é, manifestando um problema psicológico através da dor.
Por outro lado, não se pode deixar a depressão de lado ao avaliar um paciente com fibromialgia. A depressão, por si só, piora o sono, aumenta a fadiga, diminui a disposição para o exercício e aumenta a sensibilidade do corpo. Ela deve ser detectada e devidamente tratada se estiver presente.
Pacientes com FM queixam-se muito de alterações de memória e de atenção, e isso se deve mais ao fato da dor ser crônica do que a alguma lesão cerebral grave. Para o corpo, a dor é sempre um sintoma importante e o cérebro dedica energia lidando com esta dor e outras tarefas, como memória e atenção, ficam prejudicadas.
Como veremos a seguir, imagina-se que a principal causa dor difusa em pacientes com FM seja uma maior sensibilidade do paciente à dor, por uma ativação do sistema nervoso central. Não é de espantar, portanto, que outros estímulos também sejam amplificados e causem desconforto aos pacientes. A síndrome do intestino irritável, por exemplo, acontece em quase 60% dos pacientes com FM e caracteriza-se por dor abdominal e alteração do ritmo intestinal para mais ou para menos. Além disso, pacientes apresentam a bexiga mais sensível, sensações de amortecimentos em mãos e pés, dores de cabeça frequentes e maior sensibilidade a estímulos ambientais, como cheiros e barulhos fortes.
O que causa a Fibromialgia?
Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas já temos algumas pistas porque as pessoas têm esta síndrome. Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.
A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido.
O que não mais se discute é se a dor do paciente é real ou não. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com FM realmente estão sentindo a dor que referem. Mas é uma dor diferente, onde não há lesão na periferia do corpo, e mesmo assim a pessoa sente dor. Toda dor é um alarme de incêndio no corpo – ela indica onde devemos ir para apagar o incêndio. Na fibromialgia é diferente – não há fogo nenhum, esse alarme dispara sem necessidade e precisa ser novamente “regulado”.
Esse melhor entendimento da FM indica que muitos sintomas como a alteração do sono e do humor, que eram considerados causadores da dor, na verdade são decorrentes da dor crônica e da ativação de um sistema de stress crônico. Entretanto, mesmo sem serem causadores, estes problemas aumentam a dor dos pacientes com FM, e devem também ser levados em consideração na hora do tratamento.
Última atualização (20/04/2011)
Olá Douglas Boa noite sou portadora de fibro desde 2007 fui diagnóstica por um reumatlogista quando ele falou estar palavra fiquei apavorada pq n sabia o q era e nunca tinha ouvido fala e quando falou q n tinha cura quase morri mas hj vivo melhor tomando floxitina melhora as dores mas n tira totalmente as dores e uso tbm esse colchao q vc falou eu indico se for o da NIPONFLEX e o q eu usou outra marca eu n indico certo pq ele alivia muito as dores e o cansaco usando o colchão junto com o medicamento vc vive melhor tem dia quando as dores querem aparecer e quando me esforço e fico cansada a primeira coisa q procuro e o meu colchão pq so em deitar e pasar alguns minutos me lavanto aliviado do cansaço e as dores ele n cura mas alivia muito as dores e o cansaco e as masagem q ele tem são maravilhosa tira até o stress digo pq eu uso e n consigo me ver sem pra mim valeu apenas hj n estou muito bem pq a seis meses to tentado tira o floxeina junto com um psicólogo mas os sintomas estão voltando com tudo e esse mês vou voltar ao medicamento pq a fraqueza muscular e o q ta mas me atacando. Desejo melhoras para todos
Ha uma semana venho sentindo dores não sei ao certo explicar onde , pq aparece em varias partes do corpo mais ela é intensa e continua nas costas do pescoço a lombar e no punho da mão esquerda, tem momento em que não consigo segurar nada nessa mão. Ha dois dias tenho apresentado sempre a partir das 14:00, um estado febris de 37.5 de temperatura e a piora nas dores e, meu corpo fica todo mole, com tonturas. Lendo essa mateira pude perceber que a fibromialgia tmb causa distúrbios no sono. e a um tempo tenho isso, já fiz ate exames pra ver o grau da apineia , mudei minha alimentação, e nada melhora esse cansaço que sinto e esse sono que não passa. Mim ajudem sera que tenho a fibromialgia?
Olá Crislane! Apenas o especialista que acompanha o caso poderá auxiliar. Para uma segunda opinião, acesse: https://www.reumatologia.org.br/associado e encontre um reumatologista na sua região.
Olá, tenho 46 anos, passei pelo linfoma de hodgkin, em Nov de 2017, e fiz 12 quimioterapias. Fiz o tratamento por 10 meses. Em Nov de 2018 passei por uma Trombose gravíssima dos membros superiores, onde fiquei totalmente inchado do tronco pra cima, cheguei em coma, vim a óbito e fui reanimado por 2 vezes com adrenalinas. Após o câncer, tenho dores terríveis, em todo meu corpo, mesmo após 1 ano q findou o tratamento, dores que não existe remédio que diminua. Com a trombose parece que piorou, meus dedos, mãos, peito, pernas e os pés doem demais, as pernas dão aquela sensação de gastura, sensação ruim, como se tivesse adormecida, quandondeitabas dores são piores . Faço tratamento psiquiatria, tomo agora o Dual, 60mg, pra testar se melhora a depressão. Já tomei outros, mas agora está em teste esse, estou a 1 mês com ele, Tenho apneia , onde acordo bastante suado e afadigado durante a noite, não consigo dormir , demoro muito, as vezes quando está amanhecendo que o sono vence, mas mesmo dormindo algumas horas acordo sem ânimo, a tarde quase todos os dias , passo na cama, entre cochilos ou dormindo mesmo, , estou com déficit de atenção , onde dei 3 batidas( leves) em outros carros por falta de atenção mesmo , carros parado em sinal, e esqueço de parar. Será sintomas reais de FM? Perdoa se não escrevi muito claramente,
Olá Natanael. Apenas o especialista que acompanha o caso poderá auxiliar. Para uma segunda opinião, acesse https://www.reumatologia.org.br/associado e encontre um reumatologista na sua região.
Boa tarde! Gostei demais desse artigo. Me esclareceu demais sobre tudo o que venho sentindo. Cada vez mais me sinto doente e sem saber o que tenho, mas já não tenho mais dúvidas, tenho quase certeza que seja FM. Estou aguardando minha consulta com a fisiatra no mês que vem, ela já me disse que iria tratar como FM se eu não melhorasse após a infiltração na lombar que fiz em setembro. Minhas dores voltaram muito, mas muito mais fortes em todos os pontos das minhas costas. Antigamente, quando fiz a primeira infiltração em 2013, era só a lombar, agora minha cervical, meus braços, joelhos (se bem que estes podem ser outra causa), a força que perdi nas mãos ontem (me assustou quando vi que não consegui escovar os dentes direito e pior quando tentei tirar o copo de liquidificador do motor), após isso entrei em pânico, comecei a chorar e me perguntar o que estava acontecendo comigo, era uma grande tristeza o que sentia, o que pode estar me deixando deprimida essas dores. Todo esse artigo faz juz a mim. Estou mais ciente agora, porém ainda sem saber o que fazer, aguardando minha consulta. Estou usando uma tipóia pq não aguento o peso do meu braço esquerdo. Vou tentar sair para fazer caminhada e alguns exercícios de alongamento. Não consegui nos últimos dias. Passei com um ortopedista na última semana, levei minha última ressonância da cervical que não mostra nada, e ele me passou a Dexa Citoneurim, o colar no pescoço e me afastou três dias do trabalho. Seria isso para me ajudar? Não, não foi… Quero ajuda de verdade. As pessoas não entendem e nem mesmo acreditam o que estou passando. Já nem falo para mais ninguém, não reclamo… mas convivo com a dor o tempo todo. Quando falo nela, me dá vontade de chorar. Caramba, preciso de ajuda.
sou portadora de fibro desde 2011,sinto fortes dores parece que foi colocada e triturada em uma maquina.meu corpo todo tempo com dores terrível .
não tomo mas medicamento.pois acho que meu organismo já si acostumou com o remedio que não faz mas nem um efeito as dores são constante muito estresse fadiga.muitas das vezes a vida parece ate sem sentido;ocorpo dlorido quando uma formiga mi ferra parece que a dor não vai mas ter fim parece que meu corpo ta dodo tempo machucado.em razão das fortes dores
Eu conviver com essa doença a 4 anos
Bem interessante isso!
Eu procurei um reumatologia e meus exames estavam todos normais. Queria um diagnóstico, mas não tive. Vivo como posso, dias às vezes menos dolorosos e outros não. Fiquem com Deus.
Roseli – Goiania. Eu nunca disse isso
Lascia sare. Fiz todos exames remato lógico e não tenho nada reumayologicamente falando.
Eu tenho 55 anos, e no inicio de 2019 eu comecei com fortes dores na lombar e no pescoço, joelho esquerdo doía muito, inchaço nas mãos pela manhã com dificuldade de movimento assim que levantava, ia melhorando, e dor nos 2 cotovelos. em março depois de procurar um ortopedista,ele me passou tramadol por 30 dias para dor que estava intensa e me indicou a fisioterapia , ela me passou alguns exercícios para fazer em casa e pediu minha atenção na respiração, que ja era ofegante, postura, no sentar, andar etc. que fez muito sentido. Melhorou muito depois de 2 meses fazendo pílates também, todos os dias. Depois disso relaxei nos exercícios, a dor era menor… Mas em julho ela voltou com tudo… No joelho esquerdo, maior inchaço e rigidez nas mãos, muita dor nos cotovelos e no quadril sinto o deslocamento dos 2 fêmur; ao andar, não sinto dor. Voltei ao pilates, fiz 25 sessões de fisioterapia todos os dias; mas as dores persistiam. Agora inicio deste ano de 2020 procurei um reumatologista que ao fazer exames de toque, descobri que tinha mais dores camufladas nos dois ombros e nas 2 pernas, me diagnosticou com fibromialgia e me passou para manipular Tramadol 40mg. Ciclobenzaprina 3mg. meloxi
can 5mg. dipirona300mg. para tomar durante 60 dias e uma unica dose de uma injeção, que não me lembro o nome agora da medicação. Melhorou bem a irratabilidade que sentia devido as dores, e indicou para que eu fizesse hidroginástica…. Estou hoje pesquisando sobre a fibromialgia… Complicado saber que ela não tem cura… Mas espero ter melhor qualidade de vida, penso que mudar de atitude diante de certas coisas da vida, como me priorizar, vai ser muito positivo. As vezes corremos tanto com essa vida tribulada, com valores sociais tão invertidos, que quando paramos para prestarmos atenção em nós, é que podemos sentir aonde que tanto dói!
Meu nome é Anderson e sofro deste mal a mais de 4 anos, de início vc acha que está trabalhando muito, depois vc acha que é seu colchão que está velho, quando vc se dá conta não está nem conseguindo trocar um pneu furado do seu carro.Mas o pior de tudo não é a doença em si, e sim o preconceito de todos,
As pessoas não conseguem aceitar que temos aparência saudável mas estamos em crise.
Sofro também com fibromialgia e não consigo acertar com nenhum tratamento, sempre abandono meus tratamentos. Estou muito cansada de sentir dores, reclamar o tempo todo que estou com dor, fico as vezes meio depressiva. Não gosto de tirar licença do trabalho, as pessoas não entendem as nossas limitações.
Verdade Cida .Dormi de lado não dá, o sono nunca reparador, sabemos tudo o que ocorre ao nosso redor durante o sono por apresentar um sono leve . Não conseguimos dormir pesado .muito triste , todos os dias acordar com dor e nossos familiares ficam cansados de escutar as nossas lamentações, acham que estamos inventando ou isso aquilo.