Um aparelho baseado na transmissão de ondas magnéticas foi apontado, em reportagem recente da Folha de Londrina (PR), como eficaz para combater a osteoartrite, ou artrose, doença que se caracteriza pelo desgaste das articulações. Conhecido como pulsed signal therapy (PST), o método teria a função de estimular os elementos formadores das cartilagens, evitando a evolução da doença.
Em mais detalhes, o texto do jornal diz que o PST seria capaz de promover o metabolismo e a atividade dos condrócitos, as células jovens responsáveis pela formação da cartilagem, resultando em melhora imediata da dor e na interrupção da progressão da enfermidade entre a sexta e a oitava semana do início do tratamento, que tem duração de 12 sessões.
Entretanto, para o coordenador da Comissão de Osteoartrite da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), o reumatologista Francisco Airton da Rocha, o PST é mais uma das muitas terapias que prometem restaurar a cartilagem sem respaldo na literatura científica. “Ou seja, não temos comprovação de que esse tratamento melhore os sintomas dos pacientes ou estimule o metabolismo das células da cartilagem”, assinala. “Aliás, imaginar que uma estimulação externa, como a descrita nessa técnica, possa chegar às células da cartilagem é absolutamente improvável”, prossegue.
O que Rocha acha mesmo importante é reiterar que o tratamento da osteoartrite deve enfatizar a melhora da condição física do paciente e o uso de medicamentos para reduzir os sintomas e, em alguns casos, de condroprotetores para retardar a evolução da doença, sempre sob prescrição médica.