Dor na coluna, um mal muito comum, de que muito se fala. Porém, justamente por isso, há afirmações que correspondem à verdade e outras que não.
O jornal Diário Catarinense publicou uma lista de dez mitos e verdades sobre isso, fornecida por uma fisioterapeuta. Entre os mitos, estão algumas afirmações, como: colchões mais duros são melhores (evidências científicas mostram que não é exatamente assim); a dor piora com a idade (revisão de vários estudos concluiu que a dor não piora necessariamente após os 60 anos); ficar na cama e repousar não é a providência ideal para reduzir a dor, a não ser em fase aguda.
Nas verdades, está, por exemplo, que sobrepeso contribui para sofrer de dor nas costas; que fisioterapia pode ajudar; e que a dor vem de dentro da cabeça. Comentando este último item, o coordenador da Comissão de Coluna Vertebral da SBR, Marcos Renato de Assis, diz que todas as dores são percebidas no cérebro, mas suas origens podem ser imensamente variáveis e por vezes impossíveis de serem precisadas. “Em certas situações, as dores são amplificadas por outros fatores, incluindo sedentarismo, obesidade ou problemas emocionais”, explica Assis, salientando que o importante é explicar com cuidado essas associações.
“A ideia de que a dor vem da cabeça do paciente como se ele a tivesse inventado deve ser combatida, pois gera constrangimento, revolta e insatisfação em quem sofre de dor.” Diagnóstico Assis acrescenta ainda um outro item na lista dos mitos: “preciso de um exame elaborado para saber porque tenho dor na coluna”.
Algumas situações diz o reumatologista, podem exigir a realização de exames mais sofisticados, como uma ressonância magnética, para confirmação diagnóstica, mas na maior parte das vezes é a conversa e o exame físico que delimitam o diagnóstico. “Mesmo a solicitação de um exame deve ser sempre apoiada em boa avaliação clínica para que se possa fazer uma interpretação adequada dos resultados dos exames e correlacionar com as manifestações do paciente”, ressalta.
Quanto ao repouso, Assis diz que se deve se limitar ao mínimo possível e que há evidências antigas de que o repouso, quando possível, não deve ultrapassar a dois dias de duração. Além disso, facilita a cronificação da dor lombar por atrofia muscular. Com relação às dores agudas, diz Assis, resolvem-se espontaneamente na maioria dos casos, portanto o tratamento deve proporcionar alívio sintomático e reduzir os riscos recidiva e cronificação, tendo-se o cuidado de não agravar o problema.
No tema dos exercícios, é importante estimular a vida ativa e as atividades físicas e de lazer regulares. Porém, salienta Assis, com as devidas restrições em momentos de crise e tomando-se cuidado com o tipo de postura e movimento. “Por vezes o sujeito necessita alterar seus hábitos, mudar de tarefa ou mudar a maneira de realizar a tarefa, modificando local, instrumental ou gestos. Com tantas opções de tarefas laborais, atividades de entretenimento e esportes deve se encontrar o que mais se adapta ao indivíduo, ponderando-se sua segurança.”
Finalmente, quanto à fisioterapia, Assis explica que os recursos mais úteis são as orientações e treinamentos de postura e movimento (chamadas proteção articular e conservação de energia) e a cinesioterapia – ou exercícios ativos – que são utilizados assim que ultrapassada a fase aguda.
Jornalista responsável: Maria Teresa Marques