Hidroginástica mais intensa e mais rápida que a tradicional, batizada de HidrOS. Esse foi o tema de uma reportagem da Folha de S.Paulo que apresentou essa nova modalidade, cujo objetivo é trazer benefícios para ossos e músculos, aos idosos, particularmente, com vistas a combater a osteoporose, doença que ataca a estrutura óssea.
O texto destaca uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com dois grupos de 44 mulheres com osteopenia – um estágio inicial da osteoporose – na pós-menopausa, justamente com o propósito de testar os resultados da HidrOS. Um dos grupos não fez atividades físicas regulares e o outro se exercitou na piscina por uma hora, três vezes por semana. Ambos receberam suplementação de cálcio e vitamina D.
Os resultados mostraram que o grupo que praticou a HidrOS apresentou aumento na força dos quadris e nos músculos da coluna. No outro, não houve mudanças significativas. Na prática de hidroginástica tradicional – sem impacto, de baixa intensidade e com atividades mais recreacionais –, tais benefícios nunca foram efetivamente comprovados por estudos.
Mas esses resultados não surpreenderam o reumatologista e pesquisador da Unifesp Marcelo Pinheiro, pois, segundo ele, de fato a hidroginástica tradicional enfatiza basicamente o condicionamento cardiorrespiratório, o ganho de amplitude de movimentos e a ausência de impacto, o que não é suficiente para fornecer benefícios à densidade e à resistência óssea.
Ele explica ainda que o ideal, na prática de exercícios na piscina, é que eles envolvam aparelhos, como cama elástica, pesos ou pedalinhos, que, aí sim, beneficiariam ossos e músculos. “Entretanto, a maioria das academias não oferece esses complementos e alguns pacientes não podem utilizá-los devido a limitações articulares, como dor em joelhos, em quadris ou na coluna”, pondera.
HydrA
Pinheiro comenta ainda outra pesquisa realizada pela Disciplina de Reumatologia da Unifesp, da qual participou, também envolvendo um tipo diferente de hidroginástica, desta vez chamada de HydRA, mas feita com pacientes com artrite reumatoide, enfermidade que causa inflamação nas articulações. O reumatologista conta que a educadora física Usmary Sardinha estudou o efeito da HydRA em cem mulheres com a doença, que praticaram a modalidade três vezes por semana, durante 50 minutos/sessão, durante 16 semanas.
As pacientes foram divididas em três grupos: um que se exercitou dentro da água, outro que realizou a ginástica fora da água e um grupo controle, que não fez exercício algum. Após o término do estudo, houve ganho significativo da força muscular em membros inferiores, bem como melhora da dor e da inflamação das articulações, da capacidade funcional e do bem-estar nos praticantes da hidroginástica.
O método foi considerado eficaz e seguro, sem eventos adversos. Mas Pinheiro ressalta que é recomendável uma avaliação cardiológica e clínica antes de praticar a HydRA.