Tratamentos estéticos podem elevar a autoestima e o bem-estar de pacientes autoimunes, mas precisam ser analisadas com maior cautela.
O desejo de rejuvenescimento e a busca pela melhora da aparência cresce cada vez mais com a oferta de novos procedimentos que se tornam mais seguros e acessíveis.
Mas, uma parcela da população, pacientes com doenças reumáticas autoimunes, como lúpus, esclerose sistêmica e artrite reumatoide, por exemplo, deveria ter cuidados especiais na hora de decidir sobre intervenções estéticas.
Ao mesmo tempo que contribuem para a melhora da autoestima e até ajudam no tratamento de algumas doenças, esses procedimentos também podem interferir na resposta imunológica, provocar reações inflamatórias e granulomatosas e agravar alguns quadros já existentes.
Segundo a reumatologista Dra. Emília Sato, membro da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), os procedimentos estéticos podem trazer impacto positivo na saúde mental e a autoestima das pacientes.
“O bem-estar proporcionado pelos procedimentos com a melhora da aparência e aumento da autoestima acabam impactando também no controle da doença e na satisfação geral de vida da paciente que convive com uma doença autoimune”, explica a médica.
Mas ela ressalta que muitos tratamentos estéticos, até mesmo os minimamente invasivos, podem desencadear algumas reações adversas indesejadas no local, comprometendo o resultado estético esperado. A aplicação de substâncias como preenchedores, bioestimuladores, e mesmo implantes de próteses de silicone pelas pacientes com doenças autoimunes, segundo ela, precisam ser analisadas com cautela.
Por isso, é fundamental que antes de realizar qualquer procedimento estético, a paciente deve estar com a doença controlada, além disso estar consciente de sua imunossupressão e do uso de medicamentos. “A decisão de realizar um procedimento estético em pacientes deve ser tomada com base em uma análise cuidadosa dos riscos e benefícios. O acompanhamento por especialistas é essencial para evitar complicações e garantir que a saúde do paciente seja priorizada”, completa Dra. Licia Mota, reumatologista e diretora científica da SBR.
Com essa análise é possível, então, esperar o melhor momento da paciente para a tomada de decisão para a realização dos procedimentos desejados e indicados.
A reumatologista Dra. Emília cita o exemplo de pacientes com esclerose sistêmica, doença que provoca o aumento da produção de colágeno. Nesse caso, se o procedimento estético escolhido for o uso de bioestimulantes, esse procedimento poderá acarretar uma resposta inflamatória local. Pacientes com doenças autoimunes tem risco aumentado de reação inflamatória com consequente lesão granulomatosa e até fibrose, após procedimento com preenchedores. Conquanto sejam raros, as pacientes devem estar cientes desta possibilidade.
Também chama atenção para o cuidado no uso de laser em pacientes com lúpus, doença associada à fotossensibilidade. “É importante testar o procedimento em áreas menores para melhor avaliar as possíveis reações”, orienta.
“É sempre fundamental que o acompanhamento dos pacientes autoimunes seja feito por uma equipe multidisciplinar com reumatologista, dermatologista e, se for o caso, um cirurgião plástico que avalie o risco do tratamento, os cuidados necessários e as alternativas disponíveis para que se possa minimizar complicações e garantir resultados mais seguros”, alerta a especialista.
Diante desse cenário, a conscientização sobre os impactos dos procedimentos estéticos, a busca de informações e orientação profissional adequada, são as melhores ferramentas para garantir que os procedimentos estéticos sejam realizados com segurança e proporcione bem-estar geral aos pacientes autoimunes.
A diretora científica da SBR lembra ainda que os avanços na dermatologia e na reumatologia permitem que, com o devido planejamento e acompanhamento médico, muitos pacientes com diagnóstico de doenças autoimunes possam realizar procedimentos estéticos com segurança. “O segredo está em entender as particularidades de cada doença, escolher o momento adequado e optar por técnicas menos agressivas quando necessário”, ressalta Dra. Licia.
Sobre a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é uma associação civil científica de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 15 de julho de 1949, na cidade do Rio de Janeiro, pelos médicos Herrera Ramos, Waldemar Bianchi, Pedro Nava, Israel Bonomo, Décio Olinto e outros, tendo mantido desde então sua tradição científica, acompanhando e promovendo o desenvolvimento da especialidade no Brasil e com um importante papel também internacional, especialmente entre os países da América Latina. Filiada à Associação Médica Brasileira, conta em torno de 2 mil associados, congrega 26 sociedades regionais estaduais, assessorias e comissões científicas e representações em associações nacionais e internacionais e junto ao Ministério da Saúde.
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