A revista Corredores S/A trouxe, neste mês, um artigo sobre a tríade da mulher atleta, que consiste na inter-relação entre a disponibilidade energética – que resulta da energia proveniente da ingestão alimentar menos aquela que é despendida durante o exercício –, a função menstrual e a densidade mineral óssea.
Segundo o texto, isoladas ou combinadas, essas três condições podem impactar significativamente na saúde das atletas. Explicando melhor a tríade, o reumatologista e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) Fabio Jennings diz que se trata de um conceito já antigo e bem conhecido pela comunidade médica que lida com mMedicina esportiva. “Como a disponibilidade energética, a menstruação e a massa óssea caminham juntas na mulher, a ocorrência de alterações em qualquer um desses itens pode afetar outros”, assinala Jennings.
A falta de hormônios femininos, por exemplo, ocasiona uma baixa massa óssea. As consequências de alguma desarmonia nesse contexto são numerosas, de acordo com o reumatologista, incluindo infecções de repetição, baixo rendimento no esporte, emagrecimento excessivo, alterações de humor e fraturas de estresse.
O cuidado, segundo ele, é evitar desequilíbrio nesses três elementos, o que pode ser causado por ausência regular de menstruação, a chamada amenorreia, por baixa massa óssea para a idade, levando a reações de estresse e até a fraturas, e por distúrbios alimentares – às vezes até anorexia, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar, e bulimia, na qual há ingestão de grandes quantidades de alimento, seguida de métodos compensatórios, como o vômito.
Alimentação
De fato, os cuidados com a alimentação são preponderantes para evitar desequlíbrio ou disfunções que resultem em problemas de saúde. Afinal, se a dieta alimentar não for adequada, pouca quantidade de energia proveniente das refeições restará para atender às outras funções do organismo. Além disso, como ressalta Jennings, os alimentos fornecem proteínas e minerais como o cálcio, componentes fundamentais para a saúde óssea, assim como carboidratos, vitaminas e a própria gordura. “Todos esses elementos são fontes de energia para as funções orgânicas e, consequentemente, para a prática de exercícios”, observa Jennings.
Contudo, para não pecar nem por falta nem por excesso, o caminho é recorrer a uma alimentação saudável, adequada e balanceada para cada caso específico. Massa óssea Já a manutenção de uma boa densidade mineral óssea depende do tipo de exercício praticado.
O artigo publicado faz menção a um aumento de 5% a 15% da massa óssea nas mulheres que participam de atividades esportivas que suportem no mínimo o próprio peso, em comparação com as não atletas. Nesse caso, estão incluídas modalidades como caminhada, corrida, basquete e futebol, ao contrário das que não suportam o próprio peso, como natação e ciclismo. “As atividades que suportam o próprio peso corporal determinam maior ganho de massa óssea porque o estímulo mecânico no esqueleto tem efeito positivo na formação de um osso de boa qualidade”, esclarece o reumatologista.
Jornalista responsável: Maria Teresa Marques