Foi publicada no Diário Catarinense uma reportagem que enfoca o grande número de pessoas no Brasil e no mundo que sofrem fratura de quadril. O texto menciona que, no Brasil, são cerca de 100 mil afetados a cada ano e que essa fratura pode ter a morte como consequência. Tal quadro já se transformou em problema de saúde pública que afeta países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Comentando o tema, a coordenadora da Comissão de Doenças Osteometabólicas e Osteoporose da SBR, a reumatologista Rosa Maria Pereira, explica que de fato a ocorrência de fratura no quadril, particularmente em idosos é alta no mundo todo. “Está aumentando o número de indivíduos com mais de 60 anos, particularmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, daí o aumento das fraturas, incluindo o quadril”, diz Rosa. E a ocorrência mais frequente da fratura no quadril, salienta, implica altos custos decorrentes, que, no caso dos idosos, incluem internação hospitalar por mais tempo e uso de próteses, que são caras.
Além disso, Rosa explica que há fatores relacionados à dependência do idoso em sua vida após a cirurgia: “Sabe-se que 30% dos idosos que sofreram cirurgia terão incapacidade permanente de movimentos e pelo menos 50% irão depender de alguém para o cotidiano”. Mencionando o risco de óbito, Rosa diz que está entre 10% e 20%.
A morte, diz ela, ocorre em geral por doenças adquiridas durante o largo período em que o idoso fica acamado, que pode provocar infecção pulmonar, urinária, trombose, úlcera na perna, entre outras.
Condições para a fratura
Segundo Rosa, há fatores que podem predispor uma pessoa a ter fratura no quadril e isso envolve, por exemplo, a ocorrência de alguma fratura anterior. Nesse caso, aumenta em quatro vezes o risco de ter nova fratura, no mesmo local ou em outro. Nesse sentido, Rosa informa também que a idade contribui muito para aumento do risco de fraturas: “Após os 50 anos, a cada década aumenta em duas vezes esse risco”.
A baixa densidade óssea é também outro fator que pode levar a alguma fratura, diz Rosa. “Uma pessoa que tem um índice desintométrico de -2, passando a -3 terá risco maior de fratura entrre 1,5 a duas vezes”, diz a reumatologista, enfatizando que pessoas que sofrem de osteoporose, cujo índice de densidade óssea é -2,5, terão então risco ainda maior de fraturas. Diante desse quadro, a recomendação mais importante de Rosa é para os cuidados a serem tomados na prevenção de fraturas em idosos.
Entre as providências, estão tirar os tapetes da casa; dotar o banheiro de barras de ferro para apoio; praticar exercícios de equilíbrio; antes de levantar da cama, permanecer sentado por alguns segundos; e evitar medicações para dormir que tenham efeito muito prolongado, para que o idoso não se levante de madrugada sonolento demais. “Além disso, para quem tem osteoporose, é fundamental cumprir rigorosamente o tratamento dado pelo médico”, salienta Rosa.
Jornalista responsável: Maria Teresa Marques