Estudo mostra que o tratamento precoce da doença pode gerar economia anual de US$ 135 milhões ao SUS
O Dia Mundial de Conscientização da Artrite Reumatoide é celebrado em 12 de outubro. A data foi criada com objetivo de conscientizar a população sobre essa doença autoimune crônica, que afeta mais de 2 milhões de brasileiros e que, em casos mais graves, pode levar até a perda de mobilidade.
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, autoimune, crônica e progressiva, com causa ainda desconhecida, que provoca dor, rigidez e inchaço nas articulações, desgaste nas cartilagens e nos ossos, além de deformidade nas mãos e nos pés.
A doença afeta duas vezes mais mulheres do que homens, sendo a maior incidência, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), entre mulheres na faixa dos 30 aos 55 anos, mas também atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, inclusive crianças. A forma juvenil da enfermidade tem início antes dos 16 anos e acomete número menor de articulações.
A doença pode afetar ainda outros órgãos como pulmões, coração e vasos sanguíneos. “Apesar de não ter cura, a artrite reumatoide tem tratamento e pode ser controlada”, afirma o reumatologista José Eduardo Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
A adesão ao tratamento e o acompanhamento contínuo de um reumatologista, segundo o especialista, são essenciais para controlar os sintomas, minimizar a progressão da doença e reduzir o risco de danos irreversíveis às articulações, tecidos e órgãos. “A conscientização é fundamental para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, evitando assim complicações mais sérias”, ressalta o presidente da SBR.
O diagnóstico e o tratamento adequado da artrite reumatoide, além de evitarem maiores transtornos à qualidade de vida dos pacientes, poderiam economizar recursos públicos. Um estudo recente, apresentado durante o 41º Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em Belo Horizonte (MG) entre os dias 18 e 21 de setembro, concluiu que o início precoce do tratamento poderia reduzir a necessidade do uso de medicamentos aos pacientes e gerar uma economia, que em dez anos, chegaria em até US$ 1 bilhão ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Além de medicamentos imunossupressores e anti-inflamatórios, terapias ocupacionais e fisioterapia, é muito importante que o paciente faça adaptações ao seu estilo de vida, adquirindo o hábito de fazer exercícios físicos de forma regular e ter uma alimentação equilibrada. Esses fatores contribuem para a manutenção de uma vida com qualidade e produtiva”, conclui Martinez. É sempre bom lembrar que em caso de dúvida o paciente deve procurar um médico reumatologista.
A SBR disponibiliza gratuitamente em seu site (www.reumatologia.org.br) uma cartilha informativa, elaborada pela comissão científica de Artrite Reumatoide da entidade, com linguagem simples e acessível para a população. A cartilha traz desde o que é a artrite reumatoide até o tratamento e cuidados pessoais necessários.
Sobre a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é uma associação civil científica de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 15 de julho de 1949, na cidade do Rio de Janeiro, pelos médicos Herrera Ramos, Waldemar Bianchi, Pedro Nava, Israel Bonomo, Décio Olinto e outros, tendo mantido desde então sua tradição científica, acompanhando e promovendo o desenvolvimento da especialidade no Brasil e com um importante papel também internacional, especialmente entre os países da América Latina. Filiada à Associação Médica Brasileira, conta em torno de 2 mil associados, congrega 26 sociedades regionais estaduais, assessorias e comissões científicas e representações em associações nacionais e internacionais e junto ao Ministério da Saúde.
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