A propósito do 4º Simpósio Latino-Americano de Hipertensão Pulmonar, ocorrido em Buenos Aires, na Argentina, entre 18 e 20 de agosto passado, o jornal Correio Braziliense publicou uma extensa reportagem sobre a hipertensão arterial pulmonar, que se caracteriza por um aumento extremo da pressão no interior dos vasos que conduzem o sangue do coração aos pulmões Embora se trate de uma doença rara, que acomete 10 a 15 pessoas por cada milhão de habitantes, sua prevalência vem aumentando progressivamente, à medida que o diagnóstico da enfermidade em sua fase inicial passou a ser possível com a realização do exame de ecocardiograma anual nos grupos de pacientes suscetíveis. De acordo com o coordenador da Comissão de Esclerose Sistêmica da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), o reumatologista Percival D. Sampaio-Barros, no Brasil já foram identificados dois grupos de indivíduos mais vulneráveis a essa condição: os pacientes com esquistossomose, doença endêmica no País, provocada pelo parasita Schistossoma mansoni, e os pacientes com esclerose sistêmica, uma enfermidade reumática que afeta a pele, o sistema musculoesquelético e as vísceras, causando fibrose e alterações vasculares. “Nos esclerodérmicos, a hipertensão pulmonar pode ocorrer em até 10% dos casos”, assinala Sampaio-Barros. O diagnóstico precoce da doença pulmonar, que requer a confirmação pelo cateterismo cardíaco, facilita a rápida instituição do tratamento, que é a chave para a sobrevivência dos indivíduos afetados por esse mal, segundo o reumatologista. “A existência de programas para diagnosticar e tratar precocemente a hipertensão arterial pulmonar é indispensável para que os pacientes tenham uma adequada qualidade de vida, já que a sobrevida, em muitos casos, vem aumentando de dois anos para dez anos, com boas perspectivas de melhora”, sustenta. Foi o que aconteceu com a presidente da Associação Brasileira de Pacientes com Esclerose Sistêmica, Maria do Rosário Costa Mauger, diagnosticada com a condição pulmonar dez anos depois de receber o diagnóstico de esclerodermia, conforme relatou o texto do Correio Braziliense. A artista plástica teve a vida modificada há oito anos, quando passou a utilizar um dos modernos tratamentos para a hipertensão pulmonar.
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