Evento adverso pode aparecer após uso prolongado de bifosfonatos
As fraturas representam o principal perigo em um quadro de osteoporose, já que a doença consiste na perda gradativa da massa óssea, o que torna os ossos mais porosos e frágeis. Mas um grupo de pacientes pode ser acometido ainda pela ocorrência de fratura atípica de fêmur, um tipo específico de fratura que ocorre no osso da coxa, geralmente na sua parte mais longa, conhecida como diáfise. Essas fraturas são chamadas de “atípicas” porque ocorrem em uma localização incomum e têm características distintas em comparação com as fraturas mais frequentes e relacionadas a quedas.
“Essas fraturas acontecem normalmente como consequência do uso de medicamentos para tratar a osteoporose, especialmente os bisfosfonatos, uma classe de substâncias que diminuem a reabsorção óssea mas podem apresentar, após um uso prolongado, como evento adverso essas fraturas atípicas”, afirma a reumatologista Maria Fernanda Resende Guimarães, Presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia (SMR).
Os bisfosfonatos são utilizados para tratar a osteoporose, pois alteram o metabolismo ósseo, ajudam a fortalecer os ossos e diminuem o risco de fratura. No entanto, o uso prolongado desses medicamentos pode levar a uma supressão excessiva da remodelação óssea, resultando em acúmulo de micro danos que não são reparados adequadamente, aumentando assim o risco de fraturas atípicas. Segundo a especialista, já existe uma recomendação no meio médico sobre o quanto se deve usar esses medicamentos para tratar a doença buscando uma forma de diminuir a ocorrência de fraturas osteoporóticas de forma geral, mas que também não aumente esse fator adverso.
O assunto será abordado por ela durante o 41° Congresso Brasileiro de Reumatologia que será realizado em Belo Horizonte, na Mesa Redonda sobre metabolismo ósseo em sua palestra Fratura atípica de fêmur, no dia 20 de setembro, que além dos bisfosfonatos discorrerá sobre outros fatores e medicamentos relacionados com a ocorrência desse tipo de fratura.
O Congresso Brasileiro de Reumatologia 2024 será realizado entre os dias 18 e 21 de setembro no Minascentro, em Belo Horizonte. Organizado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é um dos maiores e mais importantes da especialidade no mundo. Contará com uma extensa programação científica com cursos, mesas redondas, conferências, simpósios, sessão de temas livres debatendo os principais temas da especialidade, além de encontro de pacientes, atividades culturais e premiações aos trabalhos e pesquisas mais expressivos sobre a Reumatologia no país na atualidade.
Doenças reumáticas no Brasil
Estima-se que as doenças reumáticas já afetam mais de 15 milhões de brasileiros. Em geral, provocam muitas dores nos pacientes e representam uma das maiores causas de afastamento do trabalho e de aposentadorias por invalidez. Entre as principais doenças reumáticas estão Artrite Reumatoide, Osteoartrite/Artrose, Espondiloartrites, Artrite Psoriásica, Lombalgia, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), Fibromialgia, Osteoporose, Gota, Febre Reumática, Vasculites, Doença de Sjögren, Doença de Behçet e Esclerose Sistêmica (ES). Cada doença tem sua característica. A artrite reumatoide, por exemplo, é uma doença crônica e ocorre quando há uma alteração do sistema imunológico, que ataca as articulações.
Serviço:
XLI Congresso Brasileiro de Reumatologia 2024
Data: 18 a 21 de setembro de 2024
Local: Minascentro | Belo Horizonte | MG
Confira a programação completa em XLI Congresso Brasileiro de Reumatologia (sbr.org.br).
@sociedadereumatologia @reumatologinsta www.reumatologia.org.br
Sobre a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é uma associação civil científica de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 15 de julho de 1949, na cidade do Rio de Janeiro, pelos médicos Herrera Ramos, Waldemar Bianchi, Pedro Nava, Israel Bonomo, Décio Olinto e outros, tendo mantido desde então sua tradição científica, acompanhando e promovendo o desenvolvimento da especialidade no Brasil e com um importante papel também internacional, especialmente entre os países da América Latina. Filiada à Associação Médica Brasileira, conta em torno de 2 mil associados, congrega 26 sociedades regionais estaduais, assessorias e comissões científicas e representações em associações nacionais e internacionais e junto ao Ministério da Saúde.