Em carta aberta ao Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Reumatologia manifesta sua preocupação sobre a substituição automática (sem conhecimento do médico prescritor e do paciente) de etarnecepte original pela sua versão biossimilar, pois considera que não há dados científicos “disponíveis que amparem a substituição automática” de forma segura – apesar de apoiar a iniciativa do Ministério da Saúde de estabelecer audiência pública para a compra do medicamento pelo menor custo, realizada em 9 de janeiro de 2018.
A versão biossimilar de etarnecepte foi aprovada em 2016 pela ANVISA, com base em estudo, de fase 3, com 596 pacientes de AR de moderada a grave. Na semana 52 do estudo, o grupo que recebeu o biossimilar apresentou uma taxa de 80,8 por cento de resposta ao tratamento, versus 81,5 por cento de resposta do grupo de pacientes que recebeu o etarnecepte original. Entretanto, não há estudos com análise comparativa de intercambialidade e alternância do original e do biossimilar, o que é vital para decisões de troca automática de um pelo outro. A SBR defende ainda que a troca do medicamento original pelo biossimilar seja por uma decisão compartilhada entre médico e paciente e não uma substituição automática. “A substituição dos medicamentos sem o conhecimento do médico e do paciente pode incorrerem risco ao paciente”, diz a carta, que pode ser lida na íntegra aqui.