- Maio é o mês mundialmente dedicado a alerta e conscientização de Lúpus, Fibromialgia, Espondilite Anquilosante, mas também das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), que podem se iniciar com uma dor abdominal persistente e levar a hospitalizações recorrentes e incapacidade funcional.
- Ainda sem causa comprovada, as DII podem estar ligadas a fatores hereditários e imunológicos, sendo possível serem agravadas pelo estilo de vida, como alimentação rica em gordura e produtos industrializados e tabagismo.
Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa Crônica (RCU) são as duas DIIs, que afetam homens e mulheres indistintamente, principalmente adolescentes e adultos jovens (entre 20 e 40 anos, aproximadamente). São de difícil diagnóstico e podem levar a hospitalizações frequentes e a necessidade de cirurgias, tendo grande impacto na vida social, laboral e emocional dos pacientes. Os principais sintomas são a dor abdominal, que pode vir associada à diarreia frequente e persistente, urgência para evacuar e, em alguns casos, com sangue e muco nas fezes. Outros sintomas, em geral associados a casos mais graves, são: febre, anemia e perda de peso.
O exame clínico e o levantamento da história do paciente, assim como alguns exames de sangue, são instrumentos importantes para o diagnóstico das DIIs. Quanto mais precoce o diagnóstico correto, melhores serão os resultados do tratamento. As DIIs não têm cura, mas podem ser controladas, assim como outras doenças autoimunes.
Ambas doenças apresentam sintomas semelhantes, entretanto, enquanto a Retocolite Ulcerativa provoca inflamação e úlceras no revestimento do cólon ou no intestino grosso, a Doença de Chron pode acometer todo o tubo digestivo, desde a boca até o ânus: em 30% dos pacientes acomete o intestino delgado (íleo) e, em 40%, a região ileocecal, que fica na transição entre os intestinos delgado e grosso.
O tratamento é instituído de acordo com a fase de evolução da doença, que pode ser classificada em leve, moderada e grave, com a extensão e localização – que pode incluir medicamentos biológicos e, nos casos mais avançados, reparação cirúrgica. A maioria dos doentes, quando entra em remissão, leva uma vida praticamente normal, porém deve adotar hábitos saudáveis, como a prática de atividade física frequente, controle de peso, não fumar, seguir uma dieta equilibrada, entre outras medidas, além, de manter o tratamento prescrito.
A SBR recentemente emitiu comunicado conjunto com o GEDIIB – Grupo de Estudos de Doenças Inflamatórias e Intestinais do Brasil (e mais Sociedade Brasileira de Dermatologia), ressaltando que, em caso de dúvida, os pacientes devem comunicar-se com seu seus médicos e seguir as orientações de prevenção da COVID-19, como evitar aglomerações, lavar as mãos com água e sabão (ou fazer a higiene com álcool em gel, quando disponível) e não suspender o tratamento por conta própria.