É falsa a publicação “Estudo da USP confirma eficácia da hidroxicloroquina”, que está circulando nas redes sociais e ganhou visibilidade com o compartilhamento feito pelo procurador da República Ailton Benedito. O texto, originalmente publicado no blog Quinina, distorce o verdadeiro foco do trabalho científico, realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, que analisou os potenciais benefícios da colchicina no tratamento da COVID-19.
Metade dos voluntários que participaram da pesquisa receberam colchicina. A outra metade tomou placebo. O protocolo do estudo determinou que a todos os participantes fossem administradas doses de hidroxicloroquina junto com azitromicida. Os resultados foram publicados em 12 agosto no portal Medrxiv sob o título “Beneficial effects of colchicine for moderate to severe COVID-19: an interim analysis of a randomized, double-blinded, placebo controlled clinical trial”.
O médico e professor titular da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, o reumatologista Paulo Louzada Júnior, um dos autores do artigo, diz ser errado afirmar que foi avaliada a eficácia da hidroxicloroquina, da azitromicina ou na heparina. Todos os participantes receberam esses medicamentos porque já faziam parte do então tratamento padrão do hospital. Ele reiterou que a conclusão do estudo é que a adição da colchicina ao tratamento padrão da COVID-19 reduziu o tempo do uso de oxigênio suplementar e da internação.